Soajo

Passar uns dias no Soajo (Arcos de Valdevez) é como regressar ao tempo em que os jornais chegavam sempre atrasados. Há um talho, uma padaria, uma igreja e uma loja que vende tudo. Há uma dependência bancária que abre uma vez por semana – o que provoca consideráveis filas de espera no largo – e a funcionária de uma farmácia da vila que leva receitas e traz medicamentos.

Depois há o Espigueiro, restaurante com forno a lenha e que confeciona o melhor bolo de bolacha que alguma vez provei! E há a Casa do Adro de onde eu trouxe, como oferta dos donos, compota caseira, vinho verde, limões e pêras. E há a languidez dos dias, e das noites, e do canto das cigarras.

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Espigueiro - Soajo

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Era Setembro

Era Setembro e todas as coisas faziam sentido. O fim eminente do estio, um outono que se avizinha sereno, sem pressas, como tudo o que acontece por aqui.

Salsa e Alecrim nasceu há uns meses. Esteve no limbo. Vê agora a luz da manhã, tal como o primeiro filhote da gata Milu, que não pára de miar porque ainda não sabe como se come. Ou talvez sinta a falta dos irmãos, que se resguardam, enquanto não chega a hora, ainda dentro da mãe.

A Milu acordou-me às quatro da manhã com fortes arranhadelas na porta do quarto. Chamava por mim. Tentei deitar-me de novo, mas passado pouco tempo uma nova investida fez-me decidir a levantar-me de vez. Sossegou quando percebeu que eu ficaria por perto. Não sei o que espera de mim, mas há gatas que têm destas coisas…

Ora nestes entretanto, nasce o segundo: todo amarelo, como o suposto pai. Nem dei por ela! Pelo volume da Milu esperam-se mais dois: aceito candidatos que comprovem entender os gatos. E as gatas!

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